A seleção angolana de futsal vive uma das suas piores crises a poucos dias de embarcar para o Mundial. Os jogadores, que deveriam estar focados em sua preparação para a competição mais importante do calendário, denunciam a total falta de apoio por parte do Ministério da Juventude e Desportos, do governo e da Federação Angolana de Futebol.

Sem receber qualquer incentivo há mais de dois meses, os atletas enfrentam uma situação crítica. “Estamos sem moral, totalmente desmotivados. A falta de apoio afeta diretamente o nosso desempenho”, revela um dos jogadores. A equipe não tem sequer condições financeiras para cobrir suas necessidades básicas, e muitos estão vivendo em situações precárias. “Nós temos mulheres e filhos, vivemos de aluguer, e mesmo assim não temos nenhum apoio financeiro. Como podemos representar dignamente o nosso país nessas condições?”

Desde 2022, a seleção não recebe nenhum tipo de premiação ou incentivo, nem mesmo após ter conquistado o segundo lugar no Campeonato Africano de Nações (CAN). “Fomos ao CAN, saímos em segundo lugar, e até hoje não recebemos nada. Isso é um desrespeito não só com os jogadores, mas com todos os angolanos que acreditam em nós”, denunciam os atletas.

O silêncio por parte das autoridades é ensurdecedor. Segundo os jogadores, até o momento não houve nenhuma resposta ou plano de apoio por parte do Ministério da Juventude e Desportos, nem da Federação. “Estamos sem informação, ninguém nos dá uma resposta. É como se não existíssemos”, lamentam.

Em um cenário onde o governo deveria ser o primeiro a incentivar e valorizar o esporte, a seleção se vê sozinha, abandonada à própria sorte. Sem patrocínios, sem incentivos e com uma federação omissa, os jogadores continuam tentando se manter focados no objetivo de passar de fase no Mundial, mas a realidade é dura. “Estamos focados, mas essa situação nos deixa mal, muito mal”, dizem os atletas.

A mensagem dos jogadores aos torcedores angolanos e à nação é clara: “Continuem acreditando em nós, mas principalmente, que as entidades superiores passem a nos respeitar e apoiar de verdade”. A indignação dos atletas reflete o sentimento de revolta de uma equipe que, apesar das adversidades, ainda acredita em suas capacidades, mas que precisa urgentemente de apoio.

Fica a pergunta: até quando o Ministério da Juventude e Desportos e seu ministro vão continuar ignorando os que vestem a camisa do país com orgulho? Até quando a federação vai manter essa postura omissa, sem valorizar aqueles que lutam por Angola nas quadras do mundo? A seleção angolana de futsal merece muito mais do que palavras vazias e promessas não cumpridas. Merece respeito, apoio e reconhecimento.

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