Em declarações à imprensa nesta sexta-feira, 18 de abril, o Presidente da Associação Berço da Cultura e Escrita Africana, Investigador Cultural e Científico do sistema de pensamento africano Mandombe, Pascoal Muczanza Pedro,
propôs que o dia 6 de abril seja consagrado como o “Dia da Liberdade Religiosa e Resgate Espiritual”, em homenagem ao início da missão profética Simon Kimbangu.

Segundo Pascoal Pedro, o 6 de abril, marca o renascimento espiritual do continente africano, sendo um marco no processo de libertação das amarras coloniais, inspirado nos ensinamentos cristãos, em particular na passagem bíblica de João 3:3, que fala da necessidade de nascer de novo.

O líder associativo defendeu que o resgate de valores espirituais africanos é essencial para consolidar as independências africanas, sendo necessário abandonar as práticas que contrariam os princípios divinos.

Ao abordar o Kimbanguismo, o pesquisador destacou a sua riqueza nos campos histórico, teológico e sociológico.

Tendo citado a definição do líder espiritual Sua Eminência Diangienda Kuntima, sublinhando que o Kimbanguismo é um cristianismo oriundo dos ensinamentos e obras de Papa Simon Kimbangu, com base no amor, obediência aos mandamentos e dedicação ao trabalho.

Na sua vertente teológica, o Kimbanguismo é descrito como um sistema de pensamento aplicado à sociedade africana com o objectivo de dar continuidade ao plano divino na Terra.

A doutrina defende que Simon Kimbangu é o enviado prometido por Jesus Cristo, conforme João 14:16-17 e Isaías 19:19.

Considera-se ainda uma nova filosofia concebida para promover o renascimento integral da África.

No plano sociológico, o Kimbanguismo é visto como uma expressão do neo-panafricanismo, projectado desde 1921, ano do início da missão de Kimbangu.

Para o líder associativo, o movimento representa uma resposta espiritual e cultural à opressão histórica sofrida pelo povo africano, propondo um modelo civilizacional que integra espiritualidade e ciência.

Pascoal Pedro destacou ainda duas grandes vertentes do Kimbanguismo: a evangélica e a pan-africana. Na primeira, o movimento busca anunciar a boa nova com base no amor ao próximo e promover um novo renascimento da humanidade.

Na segunda, procura dignificar a identidade do africano, resgatar a sua autoestima e combater o complexo de inferioridade imposto pela colonização e escravatura.

Referiu também a importância do sistema Mandombe como instrumento de suporte científico e linguístico, capaz de unificar as línguas africanas e promover uma verdadeira independência científica.

Relembrou a profecia feita por Kimbangu em 10 de setembro de 1921, em Mbanza Nsanda, sobre três tipos de independência que África haveria de alcançar: espiritual, política e científica.

“ A Igreja Kimbanguista oferece soluções concretas para os desafios do continente africano, e suporta uma mensagem que une evangelho e o desenvolvimento humano integral” finalizou.

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