A campanha de Adilson Hach está a ser acusada de ter recebido um financiamento extra de 12 milhões e 500 mil kwanzas, do Porto do Namibe, em violação aos regulamentos da Comissão Preparatória do IX Congresso Ordinário da JMPLA, braço juvenil do MPLA, que se realiza de 21 a 23 de Novembro do ano em curso, no Centro de Conferências de Belas (CCB), em Luanda.

Fonte:Rádio Angola

Segundo fontes do Porto do Namibe, os fundos foram disponibilizados na semana passada para dar suporte à campanha eleitoral de Hach, que aspira à liderança da maior organização juvenil partidária do país.

Os estatutos do MPLA e da JMPLA, não vedam explicitamente o financiamento externo, excetuando-se aqueles provenientes de organizações ou governos estrangeiros.

“No caso do partido é algo mais concreto. Todavia, o MPLA, assim como a JMPLA na sua condição de órgão juvenil, deve alinhar-se rigorosamente com a Lei dos Partidos Políticos”, disse um dirigente dos camaradas.

Nos termos desta legislação, os partidos políticos com assento parlamentar devem ter suas actividades financeiras sustentadas, preponderantemente, pelas contribuições periódicas de seus membros e pelos recursos advindos do Orçamento Geral do Estado (OGE), proporcionais à quantidade de votos obtidos nas eleições gerais, que periodicamente acontecem de cinco em cinco anos, de acordo com a Constituição da República.

A fonte partidária ressalta que, “não obstante, abre-se uma margem legítima para que membros, militantes, simpatizantes e apoiantes do partido colaborem financeiramente, conforme suas possibilidades”.

Um jurista contactado por este portal, explicou que em relação ao financiamento externo de candidatos em processos orgânicos como o da JMPLA, com recursos provenientes de uma empresa pública, por exemplo, de acordo com a Lei do Financiamento dos Partidos Políticos, “é algo proibido”.

A fonte do Porto do Namibe detalha que os fundos disponibilizados na semana passada à candidatura de Adilson Hach, só foi possível devido “a uma influência muito forte”, que o seu pai David Dinis Major Hach, ainda exerce junto do actual Conselho de Administração do Porto do Namibe, pois foi administrador não executivo da instituição durante 20 anos.

David Dinis Major Hach, pai de Adilson Hach fruto da sua relação com Maria Paula Marmane, uma senhora considerada de “grande peso” no Namibe, é uma figura importante na província do Namibe, ainda que sua imagem permaneça amplamente desconhecida do público e pouco promovida nos meios de comunicação social.

David Dinis Major Hach, o seu primeiro cargo de projecção foi o de administrador municipal de Camucuio, no Namibe, exercido entre os anos de 1982 e 1984.

Posteriormente, consolidou a sua posição ao ser nomeado 1º Secretário Provincial do MPLA na província do Namibe, uma função que exerceu até 2003, quando foi sucedido por Álvaro de Boavida Neto.

Em 2010, durante o governo do então Presidente José Eduardo dos Santos, David Dinis Major Hach foi designado administrador não executivo no Conselho de Administração da Empresa Portuária do Namibe, E.P.

Em 2017, já sob o consulado do actual Presidente da República, João Lourenço, o mesmo foi um dos três administradores reconduzidos no cargo, sendo que actualmente, não faz parte da Direcção do Porto do Namibe.

Diligências foram feitas para obter esclarecimentos da candidatura de Adilson Hach, mas sem sucesso.

O IX Congresso Ordinário da JMPLA acontece nos dias 21 e 23 deste mês, e poderá reunir, de acordo com a organização, parto de dois mil delegados, que virão das 18 províncias do país e do exterior.

O conclave vai eleger o novo 1º secretário nacional do braço juvenil do partido no poder, em substituição do actual líder da JMPLA, Crispiniano dos Santos, que não concorreu à sua própria sucessão por limite de idade.

Na corrida estão dois candidatos, Adilson Hach, 28 anos, e Justino Capapinha, 29 anos, que percorrem o país nesta fase da campanha de “caça ao voto” junto da massa votante da JMPLA.

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