Em declarações à imprensa esta quarta-feira ( 18), o Rei do Povo Bantu, TadyDiambwisu Vó TadyDiantedimisi, compartilhou sua visão sobre a origem do seu povo, sua legitimidade e as principais questões que desafiam seu reinado.

POR: JUSTIÇA ⚖️

Segundo Tadydiambwisu Vó Tadydiantedimisi, a origem do Reino do Povo Bantu remonta a um ser primordial criado pelo Sistema Universal, composto pelos quatro elementos fundamentais: água, terra, fogo e vento. Esse ser, chamado Mutu Batu, gerou um filho, Ebele, e deu início a uma linhagem que se estendeu por várias gerações. TadyDiambwisu explica que o povo Bantu passou por grandes desafios ao longo da história, incluindo a rejeição das leis universais e o domínio colonial ocidental, que resultaram na escravidão.

“Passamos por várias gerações que obedeceram à justa Lei do sistema Universal até que vieram os que rejeitaram a Lei e levaram a ruína. Nossa origem remonta à Mesopotâmia, e depois passamos pelo Khamate (Egito), retornando à nossa terra, que chamamos de Masa-landa, também conhecida como Kongo, onde formamos nossa unidade”, relatou o Rei, enfatizando a importância de manter viva a história e a cultura ancestral.

Quando questionado sobre sua legitimidade como líder, o Rei TadyDiambwisu, afirmou que. “A verdade só pode ser contrariada por aqueles que estão contra ela. Eu carrego na minha cabeça a coroa com as expressões do Rei prometido. Se não fosse eu, morreria.

Ninguém pode lutar contra a verdade”, afirmou, destacando que a sua missão é cumprir o legado espiritual dos seus ancestrais.

Sobre as dúvidas e ceticismo que cercam seu reinado, o Rei explicou que o processo de reconhecimento é gradual. “O corpo de um povo envenenado não pode ser curado de forma brusca. É necessário um processo de desintoxicação mental”, afirmou, referindo-se à influência do colonialismo e dos sistemas ocidentais.

O Rei Tadydiambwisu declarou que a sua fé é dedicada a Nzambi Tata, o Criador do Sistema Universal. “Nós seguimos a Lei Kongo, que é a Unidade e a Verdade. A igreja ocidental não é algo que reconheço, pois ela busca o exterior, enquanto nós buscamos a paz interior”, disse, enfatizando que a espiritualidade de seu povo é centrada na busca de sabedoria e conexão com os ancestrais, ao invés de rituais externos.

Em relação às autoridades de outros estados e líderes religiosos, TadyDiambwisu reforçou que a sua lealdade está com os ancestrais e a verdade universal. “Nenhum estado me reconhecerá legalmente segundo as suas leis, pois a profecia diz que qualquer nação que se levantar contra mim cairá”, afirmou, referindo-se a uma visão espiritual sobre o futuro de seu reinado.

Questionado sobre as acusações de cárcere privado e violações em seu reino, o Rei refutou categoricamente as alegações. “Aqui, seguimos a Lei Kongo. Os que falam de cárcere privado não aceitam nossa disciplina, acostumados com a desordem do Ocidente”, disse. Sobre as acusações mais sérias, como a de violação de menores, Tadydiambwisu explicou que, segundo as tradições do seu povo, a maioridade começa com a menstruação ou com a circuncisão aos 14 anos. “Nosso sistema respeita a natureza e a maturidade, e nenhuma mulher é forçada a casar antes dos 18 anos”, afirmou, respondendo a críticas de que suas práticas estariam em desacordo com a Constituição angolana.

Tadydiambwisu Vó Tadydiantedimisi esclareceu que no Reino Bantu não se realizam pactos de sangue, uma prática associada a culturas ocidentais, mas pactos de compromisso com a Lei e os ancestrais. Quanto à poligamia, TadyDiambwisu explicou que, em sua tradição, a união entre dois seres maduros é mais importante do que qualquer limitação imposta. “Não há limite de esposas, pois nossa prática segue o princípio da Makuela, que é a união de dois seres maduros”, afirmou.

Embora não busque o reconhecimento oficial de outros estados, TadyDiambwisu acredita que, no futuro, seu reinado será reconhecido espiritualmente por aqueles que compreendem a verdade. “Minha missão é cumprir a agenda espiritual dos meus ancestrais. Quando o Rei aparecer, qualquer nação que se levantar contra ele cairá”, disse, com convicção.

Em relação à liberdade de expressão, o líder do povo Bantu afirmou que existe a liberdade de expressão, mas dentro dos limites da Lei. “Aqui, todos têm liberdade de expressão, mas dentro da disciplina da Lei. Quem não respeitar nossos princípios pode procurar as Repúblicas”, finalizou, destacando a importância de viver de acordo com os ensinamentos dos ancestrais.

O Rei Tadydiambwisu Vó TadyDiantedimisi revelou a sua visão de um povo unido pela Lei, pela verdade e pelos ensinamentos espirituais que atravessam gerações.

Apesar das controvérsias, o Rei disse que permanece firme na sua missão de restaurar o Reino Bantu à sua antiga glória e autenticidade, acreditando que a verdade e a justiça, eventualmente, prevalecerão.

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