Dezenas de deputados, militantes e simpatizantes da UNITA (oposição) concentraram-se na noite de ontem, 08 de Maio, em vigília, frente às instalações da rádio pública angolana em Luanda, “exigindo” liberdade de imprensa e transparência eleitoral, e lamentaram tentativas de impedimentos da polícia.
Por: Adão Paxi
A vigília “pela liberdade de imprensa e transparência eleitoral” foi uma iniciativa do grupo parlamentar da União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA, maior partido na oposição) no âmbito das celebrações do 08 de Maio, Dia do Deputado da UNITA.
Trajados de camisolas brancas, velas acesas nas mãos e com cartazes com dizeres “defendemos a liberdade de imprensa”, “todos têm direito à tratamento igual”, “voto sim, com cartão de eleitor” e “exigimos dignidade para os jornalistas” os deputados deploraram o estado atual das liberdades no país.
Com cânticos e palavras de ordem, a vigília teve início as 19:00 locais frente à Rádio Nacional de Angola (RNA) e deve decorrer até à meia-noite, uma atividade que conta com a vigilância de um forte cordão policial que, segundo os deputados, tentaram impedir a sua realização.
A vigília frente às instalações da RNA visa alertar que este órgão estatal “tem sido capturado e utilizado pelo regime contra a democracia e contra o avanço de Angola do ponto de vista democrático”, frisou o parlamentar.
À Lusa, o deputado da UNITA, Adriano Sapinãla, disse que a vigília “pacífica e silenciosa” decorre nos marcos da lei, referindo que inicialmente as autoridades administrativas e a polícia nacional tentaram transferir o protesto para o Largo das Escolas “por interpretação errada da lei”.
Sapinãla, também secretário provincial da UNITA, em Luanda, falou sobre os propósitos da vigília desta noite, referindo que existem “desvios à liberdade de imprensa, violações flagrantes à Constituição e às leis eleitorais” (em discussão no parlamento).
À vigília, também se juntou o presidente da UNITA, Adalberto Costa Júnior, para quem Angola vive “tempos de retrocesso” dos valores cívicos, dos valores políticos e dos valores adquiridos ao longo do processo de paz.